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Pesquisadores em APS apontam para maior sinergia de ações

Em rodas de conversa, docentes levantaram informações, trocaram experiências e mapearam espaços para interação

Dar passos consistentes para fazer da Rede de Pesquisas em Atenção Primária em Saúde – Rede APS – mais do que um espaço de apresentação de estudos e de repositório de pesquisas, mas sim um dinamizador para intercâmbio de projetos, de dados e mola propulsora para novas produções foi um dos objetivos da 3ª Reunião Anual do grupo, realizada em abril, na sede de Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS). Parte desse trabalho foi desenvolvido nas rodas de conversa, que reuniram representantes de mais de 30 grupos de pesquisa hoje em atividade no país.

Os docentes dividiram-se em três eixos: Pesquisa Clínica e Prática Profissional, Pesquisa Avaliativa e Pesquisa em Recursos Humanos – nos quais puderam falar com maior tempo de seus estudos, localizar sinergias e pensar em desdobramentos e perspectivas para a continuidade e potencialização da Rede. Claunara Schilling Mendonça foi uma das coordenadoras da atividade e falou de suas percepções desta etapa. “A Rede foi pensada para fazer isso, mas não é um processo fácil, o que acontece muito por conta do próprio funcionamento da Academia. Ela é um sucesso no aspecto em que conformamos esse encontro dos grupos de pesquisa e percebemos que temos produtos, os frutos de nossas pesquisas. O desafio agora é pensar outras modalidades e formas de organização”, explicou Claunara, professora do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DMS/FM/UFRGS).

+ Leia sobre a abertura da 3ª Reunião Anual da Rede APS

http://www.abrasco.org.br/site/2015/04/os-desafios-da-atencao-primaria-em-debate-em-brasilia/

Comunga do mesmo pensamento o professor Fúlvio Borges Nedel, do Departamento de Saúde Pública do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (DSP/CCS/UFSC). “A Rede APS hoje agrega grupos formados que dificilmente se articulariam se ela não existesse. E isso é bom, pois dá visibilidade a diferentes estudos e ajuda na identificação de  grupos que só pesquisadores do tema conheciam”.

Para Aluísio Gomes da Silva Junior, professor do Departamento de Planejamento em Saúde e diretor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (DPS/ISC/UFF), além de compartilhar experiências de uma diversidade de grupos de pesquisa, com identidades e abordagens próprias, a Rede APS precica proporcionar mais movimento. “É preciso romper essas barreiras da Academia e ampliar a perspectiva colaborativa, buscando o fortalecimento político de nossa temática para produzir movimento. Não adianta realizar pesquisas e não dar condições de acesso dessas informações à gestão. Precisamos desenvolver formas de divulgação e ampliar a interlocução com os gestores e com a sociedade. É necessário também fazer isso numa linguagem útil, pois se não tivermos como mostrar as vantagens da organização do sistema de saúde pela Atenção Primária, a sociedade não será capaz de comprar essa ideia.”

Cenários em APS: Cada um dos três docentes coordenou uma roda de conversa organizadas nas duas tardes do evento. No eixo dedicado à Pesquisa Clínica e Atividade Profissional, foi identificado peso maior dos estudos que abordam instrumentos e ferramentas para melhores resultados nas ações em APS nas áreas de saúde mental; doenças crônicas; práticas integrativas complementares, e em trabalhos que discutem a relação das equipes e o valor preditivo de sintomas e a evolução dos diagnósticos. “Discutimos também a importância de pesquisas clínicas que busquem entender a atenção dada às multimorbidades e, como proposta futura, queremos pensar arranjos para temas específicos, cruzando pessoas das equipes de saúde, da academia e da gestão”, explicou Claunara, citando pesquisas e grupos estrangeiros alinhados a essa metodologia e que têm alcançado bons resultados.

No eixo dos Recursos Humanos, Aluísio Gomes ressaltou a variedade de temas abraçados pelo eixo, com estudos que focam desde a força de trabalho das redes de atenção, passando por levantamentos salarais, sobre os tipos de vínculos empregatícios até a discussão de formação continuada e a acomodação e distribuição dos profissionais dentro das instituições. “Alguns

grupos tradicionais concentram um grande volume de dados, principalmente a respeito da força de trabalho, nos Observatórios de Recursos Humanos em Saúde de algumas universidades. Os demais estudos estão mais dispersos, mas têm crescido em termos de volume. Há uma potência de que esses levantamentos sejam reforçados à medida que se discutem os efeitos de programas como o Mais Médicos e o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB)”.

+ Saiba como foi o debate sobre o Programa Mais Médicos

http://www.abrasco.org.br/site/2015/04/mais-medicos-a-servico-do-sus-e-para-alem/

Temática estudada a mais tempo e com maior número de pesquisadores a ela dedicados, a Pesquisa Avaliativa centrou os debates na perspectiva histórica do próprio segmento. “Fizemos um levantamento e descobrimos que a primeira publicação voltada para o assunto é de 1979, com uma grande concentração de estudos nos primeiros 31 anos desse trajeto e a outra metade acontece nos últimos cinco. Percebe-se como políticas como o Projeto de Expansão e Consolidação Saúde da Família (PROESF) e agora o PMAQ têm fomentado as avaliações”, explicou Fúlvio Nedel, destacando também a integração maior com os serviços e a utilização de diferentes métodos e abordagens para além das ferramentas como o PCA Tools e outras para aferição dos indicadores e desenvolvimento de novas pesquisas com os dados já coletados.

Texto produzido pelo jornalista Bruno C. Dias – ABRASCO

Abaixo um relato de cada Roda de Conversa

Roda de ConversaPesquisaClinica

Roda de ConversaAVALIATIVA

Roda de Conversa RH-2015_ REDE APS

Rede APS

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